Olá papais e mamães!
Hoje falaremos sobre uma data muito importante que com certeza merece ser lembrada: o Dia da Consciência Negra. Essa data traz consigo diversas reflexões sobre os valores humanos e sociais, além de ter como objetivo nos conscientizar sobre o respeito a todas as raças e etnias, para que as próximas gerações cresçam com mais equidade!
Já falamos antes sobre diversidade aqui e hoje traremos a história do Dia da Consciência Negra para dividir com os pequenos e mostrar o quão importante essa data é ainda hoje!
SURGIMENTO
O dia 20 de Novembro não foi escolhido aleatoriamente! Essa data faz alusão ao falecimento de Zumbi, o líder do Quilombo dos Palmares, que foi morto durante o período colonial, em 1695. Zumbi foi um grande líder e um dos símbolos nacionais da resistência do povo preto, nasceu no Quilombo e lutou pela libertação dos escravos, sendo responsável por diversas rebeliões e acolhimento de refugiados. A abolição da escravatura só foi concretizada 193 anos após sua morte, em 13 de Maio de 1888.
O dia de sua morte foi relembrado por mais de 30 anos por ativistas do movimento negro, sendo muito debatida na década de 70 e 80, porém, só em 2011 a data foi oficializada e passou a ser celebrada em mais de 1.000 cidades brasileiras.
Essa data é parte importante da nossa história, por isso deve ser ensinada aos pequenos desde cedo, dessa forma eles podem crescer entendendo melhor a própria cultura, além de serem mais bem informados sobre esse assunto tão importante para todos.
NOS DIAS DE HOJE
A abolição da escravatura não significou exatamente “liberdade” para os negros. Após a libertação, esse povo enfrentou uma grande falta de políticas sociais que pudessem atendê-los, deixando-os à margem da sociedade. Ainda hoje devemos olhar atentamente as questões de raça e etnia com cuidado, e ensinar às nossas crianças que a melhor forma de conviver com as diferenças é o respeito.
Muitos dos descendentes negros sofrem as consequências da marginalização até hoje. Alguns números demonstram essa afirmação: as crianças negras têm 70% mais chances de viver na pobreza do que as crianças brancas, sendo que das 535 mil crianças entre 7 e 14 anos que estão fora da escola no Brasil, 330 mil são negras – dizem os dados apontados pelo relatório da Unicef em 2010.
O preconceito racial ainda está presente em muitos costumes, mesmo que de maneira velada. Existem muitas palavras e ações comumente praticadas que são desrespeitosas, por isso é tão urgente rever e reparar essa história, pois só assim seremos capazes de mudar a forma como estamos construindo o futuro.
E o nosso futuro são as crianças, não é mesmo? É por isso que devemos falar sempre sobre isso com os pequenos, em especial neste 20 de Novembro. Ser empático, respeitoso e solidário com essa causa é algo que aprendemos desde cedo, e quando isso acontece, certas atitudes jamais são perpetuadas, como o costume de chamar o cabelo cacheado de “cabelo ruim”, ou usar outras quaisquer outras expressões racistas do dia a dia. Além disso, temos certeza de que seu pequeno crescerá como uma criança muito mais tolerante e respeitosa, que jamais julgará ou terá qualquer aversão à diversidade. E é exatamente disso que precisamos para o futuro, certo?
CONSCIÊNCIA
Atualmente, percebemos que se faz necessária uma reflexão cuidadosa sobre os valores humanos e sociais dentro de casa com os nossos pequenos e também entre nós adultos. Como citado acima, atitudes devem ser mudadas, pois muitas vezes um pequeno gesto pode ser muito impactante e significativo. É importante entendermos nossa influência na vida e nas atitudes dos nossos filhos, que muitas vezes nos tem como referência, e, sendo assim, esse diálogo feito de forma acessível e respeitosa pode ser fundamental para o entendimento dos pequenos quanto ao assunto.
Podemos conversar e contar um pouco da história da nossa sociedade e da Consciência Negra de diversas formas, de acordo com a idade e nível de compreensão do seu pequeno. Coloque uma música temática, cozinhe um prato típico, mostre e aprecie a arte do povo negro. E mais importante, insira essa diversidade na rotina do pequeno: ao comprar bonecas ou outros brinquedos, tente diversificar, mostrando como todos são incríveis da sua própria forma. Até poucos anos atrás uma boneca de pele negra ou um protagonista de desenho animado negro eram algo muito raro, mas hoje em dia isso vem mudando e é ótimo! Inserir esses conteúdos ao dia a dia da criança faz com que ela, desde cedo, entenda que as diferenças são apenas caraterísticas, e todos somos incríveis à nossa própria maneira.
Adicione a diversão nos exemplos para que os pequenos possam compreender os aspectos econômicos, sociais, políticos e religiosos da cultura negra. Os negros estão presentes na sociedade, e merecem ter seu valor reconhecido.
Existem heróis negros, cantoras, atores e inúmeros outros personagens super divertidos que podemos e devemos incluir em nossas vidas, pois só assim teremos uma sociedade mais inclusiva e diversa.
A partir dessa abordagem, as crianças podem desenvolver seu próprio olhar crítico e autônomo sobre diversos acontecimentos sociais, além de fazer com que se posicionem como cidadãos diante das diferenças e privilégios sociais, e convivam de forma igualitária com as diferenças encontradas em todos os lugares onde elas passam.
A melhor maneira de confrontar ideias e falas preconceituosas e racistas é a partir da informação, do diálogo e do conhecimento, que são possíveis através de muita informação e pela construção de um pensamento social que respeite todas as diferenças. E é esse diálogo que queremos incentivar aqui, para que possamos ter em nossas vidas crianças mais empáticas e carinhosas, que respeitam as diferenças e, em especial, que as crianças negras possam se orgulhar de sua história e recebam o respeito necessário para uma vida muito mais digna.
Nesse dia 20 de Novembro, converse com seus pequenos e conte histórias sobre a data. A educação e respeito que queremos que nossos filhos transmitam vem de dentro de casa e nós somos seus maiores exemplos!
Gostou do texto? Esperamos que ele tenha elucidado algumas questões na sua vivência. Nos vemos na próxima semana!
