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O choro do seu filho ao nascer é a primeira forma de comunicação. É através do choro, que ele expressa o choque de sair do acalento gostoso do útero da mãe e de estar em um lugar diferente, no meio externo.

Muitas pesquisas apoiam a tese que o bebê já compreende a linguagem antes mesmo de nascer. Ele costuma ao compasso dos batimentos do seu coração, ele entra em sintonia com o som da sua voz. Após o nascimento, é capaz de discernir a sua voz das dos demais. Por isso é tão importante conversar com o bebê dentro da barriga, seja a mamãe ou o papai da criança. Ouvir músicas na gestação também é uma forma de compreensão da linguagem e de estímulos do desenvolvimento cognitivo do bebê intra-útero.

Seu filho é um observador: ele aprende regaras da linguagem e da socialização, observando você reagindo a seus sons, os diferentes tons, e como você e seus parceiros conversam e se entendem. Por isso é importante utilizar diferentes tons e sílabas quando você fala de modo que ele possa imitar e aprender novos sons.

As habilidades verbais do seu bebê vão progredir por etapas e medida que seu mecanismo vocal amadurece e ele se relaciona com o seu ambiente. Assim como ele tem que engatinhar ou se rastejar antes de andar, ele tem que balbuciar antes de falar. Balbuciar é um marco importante do desenvolvimento porque representa o início de uma comunicação real, quando um bebê começa a experimentar sons, reações, respostas e a construção de relações sociais. O sorriso social que é um marco do desenvolvimento do primeiro trimestre também é uma das primeiras formas de comunicação do bebê, além do início dos sons de vogais com “coos” e “goos”. Já no primeiro mês de vida, seu filho vai fazer umas caretas para você e gostar de olhar e até imitar alguns gestos. Mostre a língua e veja como ele faz a mesma coisa. Balbuciação começa em torno dos 4 meses.

As primeiras experiências incluem, muitas vezes, sons com “p”, “b” e “m”, que são produzidos só de colocar os lábios juntos. Nesta fase, ele também dará gritinhos de alegrias só de ver a mamãe e papai, refletindo um forte sinal de vinculo. Em torno de 6 a 7 meses o bebe usa seus lábios e língua para formar sons e vai iniciar uma conversa com você atrás das mudanças no tom quando ele fala. Sua voz pode subir no final de uma série de murmúrios, como se estivesse fazendo uma pergunta, ou ele pode resmungar em voz baixa após outra pessoa beijar seu rosto. Ele também começa a compreender que uma conversa é uma coisa de vai-e-vem e por isso pode fazer pausas entre as exclamações. Além da fala, as suas expressões faciais e a linguagem corporal podem dar dicas do que ele está querendo falar.

Lembre-se que o desenvolvimento motor varia para cada criança. Entretanto se ele não balbucia, não faz contato com os olhos ou gestos, se as palavras não surgem até os seus 15 meses ou não fala frases com 2-3 palavras até aos 2 anos, ou se há uma regressão da fala a qualquer momento agende uma conversa com o seu pediatra e um fonoaudiólogo. Quanto mais cedo a criança recebe ajuda no problema de linguagem, melhor será.

Dicas para ajudar no desenvolvimento da fala e da linguagem do seu bebê:

  1. Converse com o seu bebê: ao falar com ele, olhe-o nos olhos e articule bem os sons das palavras. Use diferentes tons e sílabas quando você fala de modo que ele possa imitar e aprender novos sons.
  2. Cante para o seu bebê durante as atividades do dia a dia, como na hora de comer, do banho ou do sono, cante músicas com letras curtas e repetitivas e sempre no mesmo tom de voz. Isso antecipa para o bebê o que vai acontecer com ele, e ele se sente mais seguro na rotina do seu dia.
  3. Os pais não podem incentivar o filho a falar errado, ainda que achem bonitinho o jeito como ele pronuncia determinada palavra. Evita infantilizar a fala ou usar diminutivos. Os especialistas justificam que as palavras ficam muito parecidas quando acrescidas de “inho” ou “inha” no final, dificultando a memorização e a consequente ampliação do vocabulário.
  4. O bebê pode chamar o cachorro de “au-au” e o machucado de “dodói”. Já os pais, como modelos, precisam reforçar o uso da palavra correta.
  5. Estimule-o a nomear o que ele deseja ao apontar. Resista a tentação de satisfazer as vontades dele rapidamente. Por exemplo, se seu filho aponta para um copo de água ou balbucia “aua”, pergunte-o: “Você deseja um copo de água?
  6. Sempre que possível, associe gestos ao que diz como; sacudir o dedo indicador quando fala “não” ou mostrar as mãos vazias ao anunciar que algo “acabou”.
  7. Nos passeios, aproveite para ensinar palavras novas. Em um parque, por exemplo, aponte e nomeie os elementos da paisagem: “veja as árvores, os pássaros, os bebês.”
  8. Ao contar histórias, crie vozes diferentes para personagens, alternando tons graves e agudos, sons mais altos e mais baixos, e faça gestos para interpretação dos personagens.

Fonte: Daniela Gerent Petry Piotto Médica pediatra e reumatologista pediátrica. Coordenadora do Curso de Cuidados com a Saúde da Mamãe e do Bebê – Grupo Fleury. Professora afiliada departamento de medicina – UNIFESP (www.amordepediatra.com.br) Facebook: dradanielapediatra Instagram: @dradanielapediatra.

 

  • Matéria retirada da revista Materlife, Maio de 2019. Edição 173.